Tristeza (II)
(Para Lélia Almeida, minha irmãzinha querida)
21/02/2012
Eu também, Cecília,
Não sou alegre nem sou triste...
Ah! Quem me dera ser poeta!
“Irmã dos loucos”, Maurício,
“Que fazem da lua toda sua fortuna,
Ainda que pareça tão pouco”...
Quero o abraço do vento,
Amar a experiência do tempo,
Quero atingir o abstrato.
Abaixo a ditadura da alegria permanente!
Quero viver minha tristeza,
Quero viver minha alegria,
Quero deixar fluir a emoção da vida
– Humana experiência sem paraíso –
E conhecer o que se move e se revolve em mim...
Viver a emoção da chegada,
Experimentar o sabor da espera,
Sentir o gosto da partida.
Também não creio, Lélia querida,
Na obrigação de ser feliz.
Happy Joe é um babaca
E a Disneylândia é um tédio...
Não quero consumo e nem quero remédio,
Posso ser triste e alegre.
Oh, civilização do riso,
Triste civilização da alegria,
Me deixe em paz com a minha dor...
Me deixe em paz com a minha dor...
Excelente como sempre! Lembrou-me Zeca Baleiro em Piercing e A depender de mim
ResponderExcluir"O presente não devolve o troco do passado
Sofrimento não é amargura
Tristeza não é pecado
Lugar de ser feliz não é supermercado"
"A depender de mim
Os psicanalistas estão fritos
Eu mesmo é que resolvo os meus conflitos
Com aspirina amor ou com cachaça"