sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Na sombra da mangueira,
Beira-mangabeira-manga,
Na sombrada, assombreada, sombreação...
Brada, assombra!
Tronco da mangueira, assunção.
Copa da mangueira, sombra, 
Sombreiro
Sombranceiro.
Braço da mangueira,
Assombração,
Abraça mangueira.
Sombração no sombral,
Brincadeira de palavras, 
Mangofas... 
Sobe no pé da mangueira e assobia!
Chupa manga e assobia!
Manga no pé, preguiça,
Mangoneação...
Nasombradamangueirameninadormiu
Pracopadamangueirapassarinhofugiu
Sai daí, minha fia, que tem marimbondo!
Onde tá, minha fia? 
- Tô aqui, Dinha, embaixo da árvore...
- Vai dormir aí não!
Árvore, avre, ave Maria!


(Tanto tempo dormiu minha fia que os cabelo dela viraro raiz
E agora a manguera, quando venta, canta o canto dela junto com os pássaro ...
Manguera assombrada.
Eu li essa história na sombra da mangueira.)
Beatriz Vargas  Ramos
Dedico esse poema a todas aquelas que, 
como eu, foram meninas um dia, 
moraram numa casa de quintal 
com mangueiras e um sabiá
que vivia solto...


(Essa árvore fica na minha quadra - SQN 203 - e eu que fiz a foto. Não é mangueira, mas é avre. E é linda...)

Um comentário:

  1. Beatriz,você fez voltar à minha lembrança um fato ocorrido aos 9 ou 10 anos:eu me escondia no alto de um abacateiro para ler O tronco do ipê, ainda em Abaeté.Era emocionante. Anos mais tarde fui obrigada a ler esse livro no colégio.Detestei, toda a magia vivida no alto do abacateiro foi-se embora...Bjos.

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